“A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam.”
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Auguste Rodin
É a noite desamparo
das montanhas ao oceano.
Porém eu, a que te ama,
eu não sinto a solidão.
É todo o céu desamparo,
mergulha a lua nas ondas. Porém eu, a que te embala,
eu não sinto a solidão. É o mundo desamparo,
triste a carne em abandono Porém eu, a que te embala,
eu não sinto a solidão.
Tudo adquire em minha boca,
um sabor persistente de lágrimas;
o manjar cotidiano, a trova
e até a prece.
Eu não tenho outro oficio,
depois do calado de amar-te,
que este oficio de lágrimas, duro,
que tu me deixaste.
Olhos apertados
de ardentes lágrimas!
Boca atribulada e convulsa,
em que tudo se me faz prece!
Tenho uma vergonha
De viver deste modo covarde!
Nem vou em tua busca
nem consigo também te esquecer!
Um remorso me sangra
de olhar um céu
que não vejam teus olhos,
de apalpar as rosas
sustentadas pela cal de teus ossos!
Carne de miséria,
corpo envergonhado, morto de fadiga,
que não desce para dormir a teu lado,
que não se aperta, trêmulo,
à impura haste da Vida!
Gabriela Mistral
Gabriela Mistral nasceu numa pequena cidade do norte do Chile, Vicuña no dia 7 de abril de 1889. Seu nome verdadeiro era Lucila de María del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga. Adotou o nome de Gabriela em homenagem ao poeta italiano Gabriele D’Annunzio e Mistral como forma de expressar sua admiração pelo poeta provençal Frederic Mistral.
Em 1907, seu noivo suicidou-se, fato que marca toda a sua vida e obra. Gabriela nunca se casou. Findou por dedicar sua vida ao trabalho.
Em 1914, venceu seu primeiro concurso literário no Chile com Sonetos de la Muerte.
Em 1922 publica seu primeiro livro de poesias, Desolación. Este livro contém o poema “Dolor”, no qual fala da perda do amado.
Denota-se em suas poesias imagens singulares que expressam uma intensidade e consciências inconfundíveis.Convivem em seus escritos sentimentos antagônicos que bem se equilibram: a ardência e a quietude, o amor e a solidão, a vida e a morte.
Foi a primeira escritora latino-americana a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1945.
Minha proposta, ao criar este espaço, é conviver com pessoas que, como eu, apreciam e se nutrem na boa arte. Juntar, a cada sessão de postagens, um artista plástico e um poeta, emoldurados por uma música envolvente, é uma forma de estimular os sentidos. Todos os dias precisamos nos alimentar e descansar. A arte nos ajuda nisso e refina nosso espírito. Sou filósofa por formação acadêmica e me agrada muito a estética da arte. A Fada do Mar Suave, como título, é uma personagem que me permite ficar no mundo dos sonhos, e não precisa ser relacionada com a imagem física de uma pessoa.
A Fada do Mar Suave circula pelo Orkut há bem uns dez anos e este blog surgiu em janeiro de 2009. Formalmente, o site WWW.fadadomarsuave.com.br se encarrega de sustentar o registro legal do nome e, de forma prática, reendereça todos os visitantes para este blog, http://fadasuave.blogspot.com . Não tenho equipe, trabalho sozinha e quem quiser fazer qualquer observação, é só deixar mensagem.
Agradeço aos artistas e poetas, que autorizam nossas postagens.
Com amor,
Fada do Mar Suave
São Paulo, SP, Brasil
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